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Só o amor não basta

Desde quando descobri que tenho predisposição à anorexia e que ela estava tomando conta da minha vida e dos meus pensamentos comecei a olhar com mais clareza para algumas características que muitas de nós, mulheres, possuímos. Descobri através disso que uma de minhas primas também tem esta predisposição e que ela sendo comandada por esta doença. Tentei através da minha história e até mesmo das consequências que ela presenciou junto comigo mostrar a gravidade da doença e que sua solução não é tão simples quanto muitos acreditam e quanto mais rápido tomarmos uma atitude menos dificultoso seria trabalharmos com ela. 


Hoje, neste processo de conhecer cada pedacinho do meu ser e me aceitar como eu sou, tento entender o porque queremos nos transformar em alguém que não somos, resolver problemas que não são nossos, nos travestir com roupas e cabelos da moda, buscar status, classe, cores, falas, diplomas e viver ao lado de pessoas que não são nossos filhos, não são nossos maridos, pais e nem irmãos. Passamos e custamos a aprender a lidar com eles, demoramos, engolimos muitos "sapos", somos pacientes com suas manias, jeitos, descobrimos maneiras de enxergar suas qualidades e defeitos, porém daqueles que moramos e convivemos juntos nos falta essa prática, acredito pela facilidade de nos desfazermos de relacionamentos e pela falta de tempo que nos impede de conviver com quem nós amamos da mesma forma que um colega de trabalho.

 

Perdemos mais da metade da vida sendo o que o mundo nos impõe, afinal precisamos trabalhar para ter o pão de cada dia. Vamos nos mascarando com aquilo que TEMOS QUE ser, ninguém nos permite SER, nos descobrimos com novas vivências... a vida pe cruel se observada por este ângulo. Nasço, cresço, sou criado por uma babá que me educa (bem ou mal), estudo, sofro com amores, com perdas, com decepções, aprendo a desejar ser alguém da vida (caminho profissional), me formo, ganho diplomas e dinheiro, gasto dinheiro, ganho dinheiro... Conheço alguem especial, formo uma família! Tenho filho, coloco uma babá para criar, ele estuda, cresce... e assim vai girando o mundo e continuará nos querendo assim ou não. Sempre nos espelhamos no que não tivemos,no não somos, no que desejamos ser, mas na realidade tudo acaba do mesmo jeito. 

Ser aquilo que não somos

Não há maldade, não há problema, não há erro que nos deixe ser menores, mas creio e estou aprendendo que algumas pessoas são mais espertas em determinados assuntos do que nós, assim como em outros podemos saber um pouco mais que outros... Isso não nos faz melhores, maiores do que outros e sim nos diferencia em algumas coisas. 

Não sou ruim por ter um cabelo feio, um pé gordo, uma roupa pouco requintada, uma bolsa mais velha, ou por não possuir a atenção desejada. Não sou ruim por ter uma família que bebe demais, que fala demais, um irmão mais individualista do que o restante, uma mão que se acha santa e faz o impossível para transportar uma imagem de família perfeita, um tio chato, um avô rabugento, uma tia que não acredita em casamento, uma prima que come demais e outra que come de menos, uma meia irmã que deseja ser a mulher e mãe perfeita e muito menos por ter um pensamento totalmente egocêntrico onde quero ser o centro das atenções, onde busco ser admirada pelas minhas atitudes e que acredito que apenas através de sacrifícios dolorosos merecemos a vida eterna.



Nasci e sou de uma família onde o TER QUE é condição para aprovação. Fingimos não gostar de coisas boas, que nos dão prazer, simplesmente por nos dar prazer. Fingimos não ligar para dinheiro e para os bens, nos diferenciamos dos outros dizendo que somos privilegiados por sermos assim... Valorizarmos o SER é mais importante do que o valorizado TER, mas quando algum de nós não TEMOS o que desejamos reclamamos, choramos, colocamos a culpa em tudo e em todas e até mesmo a fé abala a estrutura. Creio que o chão onde construímos nosso castelo tem mais areia que concreto, tem mais trincas do que reboques e em qualquer momento BUUUUM vai desmoronar. 

Somos muito vistos e pouco observados, muito julgados e pouco amados principalmente por aqueles que desejamos. Temos uma fé utópica e moralista onde encenamos ser o que queremos e não o que somos de verdade. Moralistas vivendo um mundo onde se prega a moralidade que é pouco praticada.   







 

  

O que é anorexia? - A ida ao psquiatra

Nossa estou devendo muitas e muitas postagens, mas a correria e dia a dia e instabilidade emocional me dominam.

Pedi muito a Deus para que colocasse em meu caminho as pessoas certas para cuidar de mim... E foi exatamente isso que ele fez, não havia psicóloga melhor para o meu tratamento e muito menos acupunturista melhor para mim, mas quando cheguei na psiquiatra o susto foi grande.

Psiquiatra especialista em distúrbios alimentares, ótima e simpática com todos, menos com a doença... Como a doença esta em mim me considerei totalmente atingida rs.

Me explicou o que eh a anorexia e como ela trabalha. O seu método eh trabalhar junto com a família então assim que cheguei me chamou, falei resumidamente tudo que passei desde 12 anos com os distúrbios e medos de engordar, as dietas, a fase de bulimia e crises de ansiedade, os remédios de emagrecer que tomei e as mentiras que durante anos sustentei. Ela chamou meus pais e juntos explicou de forma dura e muito clara o que eh a anorexia... E eh isso que vim explicar para vcs:

A anorexia eh conhecida como o câncer da psiquiatria, pessoas já nascem com uma pre disposição a te-la e em algum momento de nossas vidas ela eh ativada e começa a sussurrar em nossos ouvidos. Não existe cura, não existe remédio na ciência que possa cura-la, mas existem formas de trabalha-la para que possamos desligar este botãozinho que foi ativado.

A médica psiquiatra fez a seguinte ilustração e tudo ficou mais claro, Explicou que o que esta em vermelho eh a anorexia... Se não ativada podemos morrer com ela ali... No meu caso ela foi ligada... Então a partir deste momento o que aconteceu:



O pensamento "EU ESTOU GORDA" permanece ligado todos os dias 24h por dia. Pensamos, agimos, vemos, sentimos e por isso sabemos que estamos gorda. O que fazer para combater? Dieta. Este pensamento gera MEDO e este medo gera mudança de COMPORTAMENTO e isso eh um ciclo, quanto mais obedeço a doença mais o medo aumenta e mais ela toma conta de mim...


 E quanto mais obedeço mais ela toma conta.

Ou seja, paro de comer, vivo na dieta, vivo pensamento que não estou no meu peso ideal... Não me aceito como sou, não consigo me ver de verdade.



Qual eh a receita? Lutar contra este inteligente monstro, porém não mais inteligente do que a gente quando queremos ser curados. A receita? Desobedece-la para que eu posso voltar a aparecer.

Não gostei muito de saber desta notícia, sinceramente achei que seria dado alguma medicação, mas nada disso aconteceu.

Conversei com a minha terapeuta do quanto ela considerava importante eu me tratar com este profissional e ela exaltou o quanto era importante e me permiti dar uma chance.

A importância do vínculo afetivo mãe-filho na construção psíquica da criança

Lendo e buscando respostas para entender alguns comportamentos e medos que tenho encontrei uma reportagem feita pela Michelle Rangel, Psicóloga do Serviço de Saúde do TRT, onde consegui esclarecer mais do que nunca algumas reações e visões que tenho com o mundo e com os outros.

Os relacionamentos são fundamentais em nossa vida. Ao chegarmos ao mundo logo iniciamos um relacionamento com nossa mãe e, a partir dele , fixaremos os padrões de conduta e normas que vão determinar todos os outros relacionamentos de nossa vida. Logo a importância do relacionamento afetivo entre mãe-filho começa desde cedo, no nascimento, e a qualidade desse é fundamental para o desenvolvimento do psiquismo e para formação da personalidade da criança.



Os bebês precisam de afago, aconchego, acolhimento e apego com alguém que os complete e que satisfaça suas necessidades : geralmente a mãe (ou outra pessoa que faz o papel da mãe). Inúmeras pesquisas mostram que bebês que não tiveram contato físico têm maior risco de adoecer e até de morrer. Nesta visão, a relação mãe e filho é compreendida como uma relação indissociável e ninguém discute o quanto um é indispensável para o outro.

Durante a gestação, parto e pós-parto, as emoções, preocupações e sentimentos da mãe são influenciados por vários fatores tais como: as experiências passadas da mulher com sua mãe, os padrões culturais, o contexto em que a gravidez acontece e a qualidade do vínculo com o pai da criança. Tudo isso vai contribuir na formação saudável ou não do vínculo afetivo mãe-filho.

A formação do vínculo inicia-se , principalmente, através do contato corporal e do significado simbólico que a mãe dá a este contato . Assim, o relacionamento com a mãe se torna principalmente qualitativo. Não importa apenas dar o seio, o que importa é como o seio é dado e como as solicitações são atendidas, ou seja, não se está incorporando apenas o leite da mãe, mas também sua voz, seus embalos, suas carícias.



É durante a amamentação que se estabelece uma ligação mais íntima entre a mãe e o bebê, satisfazendo de modo mais amplo as necessidades emocionais de ambos, oferecendo ao bebê uma maior garantia do equilíbrio interno. A satisfação da necessidade biológica através do leite materno dá lugar a experiência de satisfação que é interiorizada pela criança, ficando associada à imagem da mãe e ao movimento que permitiu a descarga. Em conseqüência dessa associação, surge o impulso psíquico (desejo). Tais experiências de satisfação serão interiorizadas fundando o mundo interno, adquirindo assim no desenvolvimento da criança um “valor”- motivando, estruturando, organizando, ou, ao contrário, causando um efeito traumatizante, por vezes, desorganizador do aparelho psíquico.

O mundo da criança vai se construir segundo a realidade das relações interpessoais, mas a realidade interna da mãe é o primeiro mundo que é oferecido, ou seja , a criança vai entendendo o mundo por meio daquilo que a mãe lhe passa. 



As experiências afetivas nos primeiros anos de vida são caracterizadas por intensas mudanças e o afeto é indispensável ao desenvolvimento harmônico da pessoa. Estamos falando da singular complexidade do desenvolvimento psico-emocional do ser humano. 

 

Ao lado de um grande homem existe uma grande mulher

Escutando e refletindo sobre tudo que sou e fui até hoje me veio uma frase que ouvi "Não entrem na forma deste século" e refletindo sobre isso acredito que daria um baita livro sobre as mudanças boas e ruins deste mundo. 

Lembrei da passagem de Noé onde Deus diz que jamais destruira nenhuma nação e acabaria com povos como fez na epoca com os injustos e que isso aconteceria pelas mãos dos próprios homens e como prova desta aliança Ele nos deixou o arco-iris.


E fiquei pensando quantas e quantas vezes olhamos como vivemos e a forma que nos colocamos diante da vida e tudo se torna natural, nossa cabeça se foca para o mundo e para o que a sociedade exige e esquecemos de nos voltar para aquilo que é verdadeiro que é a palavra de Deus, onde encontro a minha e a sua história, onde encontro erros cometidos antes e também cometidos por mim. E indo mais longe vejo o quanto somos pequenas perto de tantas e tantas mudanças que ainda irão ocorrer e que se Deus não nos ajudar jamais estaremos aptos para enfrentar as exigencias desta sociedade.

Hoje eu e minha família estamos vivendo uma consequência inevitável criada por mim e por todos eles através de escolhas feitas lá atras... Isso não significa que alguém é culpado do que fez ou deixou de fazer, mas que as nossas escolhas geraram certas consequências. E neste lindo final semana onde pudemos ficar juntos e partilhar de momentos importantes da minha vida conseguimos conversar um pouco mais e entender que por mais que os pais amem sempre tentam oferecer aquilo que eles tem de melhor, a melhor roupa, a melhor educação, a melhor casa, o melhor carro e esquecem de oferecer aquilo que muitas vezes precisamos que se chama RELACIONAMENTO, que se chama presença e carinho físico. Hoje se a mulher não trabalha para ficar com os filhos é vista como submissa, e isso para ela é ruim, afinal lutaram anos para ter os seus direitos, porém apesar de poderem escolher entre uma linda carreira ou acompanhar o crescimento da sua criação pensam que conseguem fazer as duas coisas e quando fecham os olhos e se voltam para seu lar percebem que seus filhos cresceram, que seus amigos não são mais aqueles, que o menino se transformou em homem e aí a carreira acaba com a idade, o dinheiro é tirado por uma crise, e a evolução dos seus filhos foi vista por uma babá... E a mesma sociedade que impoe que ela precisa trabalhar para não ser submissa a condena quando descobrem que o seu filho esta com dependência química... Mimam com tudo que quando o mundo e as situações mostram que nada é tão fácil como parece os filhos, como eu filha, entra em parafuso, crise, depressão... 

Não temos mais tempo de olhar para quem esta do nosso lado de maneira devagar, cuidar de nosso lar com prazer e saber que por menos vistas que somos pelos outros estamos sendo a parte que sustenta, estamos ao lado de nosso companheiro o incentivando, mostrando o quanto ele é necessário para a nossa vida e para a minha vida de esposa... Impulsionando e mostrando a fragilidade, a docilidade porém a força que Deus nos presenteou ao sermos mães... Ficamos com a melhor parte. Ficamos com a parte boa... E quando os nossos filhos cresceram terão recordações, memórias, das músicas cantadas enquanto almoçamos, das conversas da sala... E se um dia o mundo o roubar de mim, não será por falta de cuidado e sim por escolha dele, ser humano! Eu estarei orando e rogando para que o seu caminho se estreite e que ele encontre alí a luz divina. 


A moralidade de uma nação esta nas mãos de uma mulher. A idéia de retroceder pode assustar muitas mulheres, e isso não significa que Deus ou que os outros não querem que você trabalhe, mas significa que Deus fez tudo certinho e que se escolhermos por falta de opção sairmos de casa e deixarmos o nosso filho para outra pessoa cuidar tentaremos compartilhar dos momentos, deixar em seu coração a melhor memória e faze-lo se sentir amado. E ao olharmos a sociedade antes das conquistas femininas conseguiremos comparar o quanto a mãe faz parte inteira para que a nação prospere, porque ela educa e lhe da a primeira visão. 


 
 

Almoço em família

Hoje tivemos uma linda surpresa em casa, minha tia junto com meus primos vieram almoçar em casa. Meu irmão de dieta íamos almoçar os três em casa, mas foi tão bom o momento de partilha que estamos vivendo!





Preparamos o almoço e junto da oração e de muitas conversas descobrimos cada vez mais que a partilha de nossas lutas faz com que as dores diminuam e os amores se fortaleçam.

Na hora do tradicional jogo coloquei todas as minhas primas dentro do quarto e assistimos a pregação de sexta... Que lindo! Momento de cura, cada uma conseguiu expor os seus medos e dificuldades. Não precisamos ter forças físicas ou estarmos curados para curar a vida daqueles que estão ao nosso lado, pode ser que não sejamos tão fortes para trabalhar na caridade como fazia, mas enxergo a oportunidade de parar e olhar para cada um que esta mais próximo de mim de maneira devagar e saber o que cada um precisa.




Crianças Seletivas

Achei interessantíssima a matéria deste blog e se enquadra com o mundo que estamos vivendo hoje, principalmente para as mamães e papais ficarem atentas.

"Na medida que as crianças vão crescendo começam a atingir maturidade e explorar o seu espaço para conhece-lo. O seu desenvolvimento está relacionado ao aumento da sua autonomia e o processo de socialização, assim a alimentação, que até então era a principal fonte de prazer, passa a um plano secundário. 

Algumas crianças tem o comportamento alimentar seletivo, crianças com esta característica, apresentam um consumo limitado de alimentos e isso não quer dizer que estão doentes. A dieta dos seletivos é baseada em carboidratos e produtos lácteos. É comum observar que, muitas destas crianças só aceitam a alimentação se esta tiver uma determinada técnica de preparo e apresentação ou comem só em um tipo de prato sem misturar as preparações bem como consumir apenas uma determinada marca, mediante o reconhecimento do rótulo.

Foi realizado um estudo na Universidade do Tennesse, com crianças de 24 a 36 meses, de níveis socioeconômicos distintos, com o propósito de verificar a hipótese de que crianças seletivas possuíam consumo alimentar menor do que as não seletivas . Este estudo demonstrou que ambos os grupos apresentaram inadequação quanto ao consumo de cálcio, zinco, vitaminas D e E. Com relação à ingestão energética média, constatou-se que não houve diferença significativa; 1472 Kcal para não seletivos e 1468 Kcal para seletivos. Outro achado interessante neste estudo refere-se ao comparativo de peso e estatura, visto que não houve diferenças nos parâmetros de crescimento. Todos se encontravam mantendo velocidade de crescimento adequado, apesar das mães das crianças seletivas acharem que seus filhos tinham algum comprometimento da saúde.

Em virtude disto, é preciso distinguir as crianças que comem pouco e/ou são seletivas daquelas que realmente apresentam critérios diagnósticos da anorexia. Alguns dos mecanismos que participam do desenvolvimento deste quadro são: dor crônica, depressão, ansiedade, hipogeusia (sensibilidade diminuída do paladar), hiposmia (diminuição do olfato), náuseas, saciedade precoce e funcionamento inadequado do trato gastrointestinal. Enquanto a seletividade não pode ser classificada como uma desordem alimentar clássica e sim como uma manifestação de protesto e oposição da criança aos pais.

Outro fator relevante é a organização da rotina da criança, a influencia do horário escolar pode em determinadas situações, prejudicar a aceitação das refeições. Estudos sobre o horário e o tempo de duração das refeições revelam que 33% das crianças não estão com fome no momento da refeição. No caso das crianças seletivas, este índice é de 52%. Com relação à durabilidade desta, os seletivos demoram mais para se alimentar sendo em torno de 23,3 minutos do que os não seletivos que levam 19,7 minutos.

O conflito de pais e filhos inicia quando a criança deseja algo e seus pais são quem determinam a quantidade e a qualidade dos alimentos a serem consumidos. Parece que tanto a mãe como o filho elegem o momento da refeição como a hora ideal para mostrar seus conflitos, angustias e dificuldades, instalando um ciclo vicioso, onde a criança tenta exercer com seu comportamento, um tipo de domínio sobre a situação e a família. Estudos apontam que muitos dos problemas alimentares não dizem respeito ao ato de alimentar em si, mas são decorrentes de conflitos oriundos de relações intra familiares.

Existem evidências de que as crianças são capazes de ajustar a ingestão de alimentos. O clássico estudo de Clara Davis, realizado em 1930, tinha a seguinte proposta: as crianças “sabem” o quanto precisam comer? Esta foi uma pergunta que Davis tentou responder com os estudos sobre auto-seleção alimentar, realizada com crianças entre 2 e 5 anos de idade, na ausência da intervenção adulta. Esta pesquisa pioneira leva-nos a sugerir que as crianças possuem uma capacidade inata de regular o consumo alimentar e conseqüentemente são capazes de manter o crescimento e a saúde.

A crença dos pais de que as crianças são incapazes de regular sua ingestão alimentar, estimula a preocupação, a ansiedade e a intervenção dos mesmos, que recorrem ao emprego de estratégias coercitivas e controladas na alimentação da criança. Desta maneira, é válido ressaltar aos responsáveis que, as crianças nascem com instinto de sobrevivência / preservação. Ou seja, a criança se alimenta impulsionada por dois estímulos: a necessidade do organismo e a sensação de fome.

Como a maioria dos problemas alimentares não se limita apenas a criança, mas trata-se de um problema familiar, a avaliação e o tratamento da queixa a criança que não come deve ser realizada por uma equipe multidisciplinar. A intervenção visa tranquilizar os pais, sanando dúvidas e diminuindo a ansiedade; e promover a modificação no comportamento alimentar da criança, tornando o momento da refeição, natural, descontraído e prazeroso para todos."